O que é dispareunia?
É a dor genital associada ao ato sexual com penetração ou com a possibilidade da penetração. Isso tanto para homens como para mulher, embora essa queixa seja mais comum entre as mulheres.
Essa dor é sentida com mais freqüência durante o coito (penetração), porém, ela também pode ocorrer antes ou depois do ato sexual.
Nas mulheres essa dor pode ser superficial, durante o início da penetração, ou profunda, durante as investidas do pênis.
Qual a origem?
As origens dessa disfunção podem ser orgânicas ou psicológicas.
Entre as origens orgânicas estão:
• Infecções causadas por fungos, tricomonas, herper, monolíases;
• Afecções dermantológicas locais como foliculite, pediculose púbica, psoríase;
• Doenças sexualmente transmissíveis como cancro mole, granuloma igüinal, linfogranulomatose venérea;
• Infecção ou irritação no clitóris;
• Doenças que envolvam o ânus;
• Irritação ou infecção urinária.
Entre as origens psicológicas estão:
• Dificuldade de compreender e aceitar a sexualidade de modo saudável;
• Conceitos morais e religiosos muito rígidos;
• Educação social e sexual repressora;
• Crenças e medos irracionais diante do contexto sexual;
• Não desejar fazer sexo com aquela pessoa;
• Medo de machucar o bebê durante a gravidez;
• Falta de informação sexual;
• Infância traumática em relação à sexualidade;
• Sentimento de culpa na vivência sexual.
É muito comum observarmos como essa queixa é alimentada com comportamentos nas relações de modo a intensificar a dispareunia. Ao pensarmos numa relação sexual onde a mulher esteja preocupada, triste, assustada, sejam esses motivos desencadeados por fatores internos ou externos, será que ela teria condições de se excitar? A resposta é não. Para ela se excitar, precisa estar bem, estar presente naquele momento da relação. Com a excitação ela ficará lubrificada, o que proporcionará conforto ao ser penetrada. Por outro lado, a mulher mal estimulada, com sentimentos ruins no encontro sexual, não se excitará adequadamente. Sem excitação não haverá boa lubrificação, logo ela sentirá dor ao ser penetrada. Isso tornará a relação empobrecida, desgastada para o casal, e assim, os conflitos na relação se agravarão cada vez mais. A mulher, com medo de sentir dor novamente na relação, vai evitar o encontro sexual. E novamente o conflito poderá aparecer. Isso tenderá a se tornar um ciclo vicioso, no qual a dor gera medo, o medo gera tensão, e esta gera dor ainda maior.
Tratamento
Essa queixa é muito comum nos consultórios ginecológicos. Mas como explicamos acima, nem sempre as causas não orgânicas. Por isso é importante que o médico avalie para descartar possíveis causas físicas. Não existindo essas, o tratamento deverá ser feito no âmbito psicológico, e aqui aponto a importância de consultar um especialista em sexualidade, já que esse profissional, em sua especialização, aprendeu recursos específicos para lidar com essa queixa.
Bibliografia
DSM-IV-TR – Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. trad. Cláudia Dornelles; – 4.ed. ver. – Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 528.
Aprimorando a saúde sexual : manual de técnicas de terapia sexual / Oswaldo M. Rodrigues Jr. (organizador). – São Paulo : Summus, 2001.