O que é vaginismo?
É a impossibilidade de penetração vaginal, devido à contração involuntária dos músculos perivaginais, ao se tentar qualquer tipo de penetração.
De acordo com o DSM-IV-TR, a característica essencial do vaginismo é a contração involuntária, recorrente ou persistente do períneo adjacente ao terço inferior da vagina, quando é tentada a penetração vaginal com pênis, dedo, tampão ou espéculo.
Nas pacientes vagínicas, normalmente o desejo, excitação e a capacidade orgásmica, não estão prejudicados. Ou seja, sua capacidade de sentir o desejo sexual, se excitarem ou mesmo atingir o orgasmo pela masturbação, normalmente estão normais.
O vaginismo tem diferentes graus de intensidades, nos mais leves, é possível que ocorra a penetração parcial. Elas também apresentam a capacidade de resposta sexual inalterada, têm boa lubrificação vaginal e normalmente conseguem se entregar a uma relação sexual, sem penetração vaginal, e desfrutar esses momentos.
Rodrigues Jr. e Protti (1996) caracterizam o vaginismo como uma dificuldade que algumas mulheres possuem para viver de forma plena a sua sexualidade, sendo este resultante de específicas interações biopsicosocial e que se expressa por espasmos dos músculos que estão ao redor do intróito vaginal impedindo de maneira parcial ou total o coito.
O Vaginismo se caracteriza por contrações involuntárias da musculatura do terço externo da vagina não permitindo a entrada do pênis e o intercurso (Kaplan e Sadock, 1993).
Masters e Johnson (1985) definem o vaginismo como uma “síndrome psicofisiológica que afeta a liberdade de resposta sexual feminina impedindo severamente ou totalmente a prática do coito”.
Qual a origem?
Normalmente se percebe essa dificuldade nas primeiras tentativas de penetração de um parceiro ou durante o primeiro exame ginecológico. Porém, é comum a mulher desenvolver o vaginismo repentinamente, ou seja, teve atividades sexuais normais, e por alguma questão passa a ter o vaginismo.
Existem diversas fatores que podem desencadear essa disfunção. Entre elas, trauma sexual (muitas mulheres violentadas passaram a desenvolver esse quadro), crenças infundadas, conceitos morais e religiosos aceitos sem a menor contestação, traumas psíquicos na infância, erros severos da educação familiar.
Tratamento
O tratamento é psicoterápico. Porém, antes é necessário descartar qualquer possibilidade de ser algum problema orgânico, e isso é papel do ginecologista.
Durante o tratamento o psicoterapeuta especializado em sexualidade, fará um apanhado da história de vida dessa paciente, detectar os possíveis focos que desencadearam essa disfunção e propor diversos exercícios que serão feitos pela paciente em casa, nunca no consultório.
Assim, o tratamento abrangerá os aspectos psicológicos com base no histórico de vida da paciente, o social, as crenças e o treino com atividades (relaxamento, reconhecimento do corpo, dessensibilização sistemática, exercícios Kegel e outros) que serão sugeridas pelo profissional quando forem necessárias.
Bibliografia
RODRIGUES JUNIOR, O. M.; Protti,F.A.M.; Silva, V.G. (1996): Vaginismo e Dispareunia: prevalências parciais brasileiras. In: VIII Congreso Latinoamericano de Sexologia Y Educacion Sexual (VIII Clases), Montevidéo.
DSM-IV-TR – Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. trad. Cláudia Dornelles; – 4.ed. ver. – Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 530.
Kaplan, H.I.; Sadock, B.J. (1993): Compêndio de Psiquiatria. Porto Alegre: Artes Médicas, 6a.edição.
Masters, W.H.; Johnson, V.E. (1985): A Inadequação Sexual Humana. São Paulo: Livraria Roca,1a.edição