Quais seriam os cuidados que um casal que vai se separar deveria tomar tendo em vista as consequências da decisão sobre filhos?
A separação na maioria das vezes é muito dolorosa e de alguma maneira acarretará perdas, seja para o casal, seja para os filhos.
É necessário entender que os pais ocupam um lugar especial na vida dos filhos, que estes se espelham nos exemplos dos pais. E não precisamos ir muito longe para ver isso, basta olhar ao nosso redor que veremos alguns exemplos do que estou falando: pais que costumam gritar com os filhos, ter um comportamento mais áspero, reparem que estes filhos reproduzem o mesmo comportamento nas suas relações sociais.
Lembro de uma criança de 9 anos de idade que atendi, com a queixa vindo da escola de agressividade, brigava com os colegas e xingava muito. Ao ouvir os pais, percebi com clareza que eles agiam assim com a criança em casa. Como desejar que ela não reproduza na sociedade o mesmo comportamento? Mas não devemos esquecer que as coisas boas elas também copiam.
Diante dessa compreensão, podemos imaginar como é doloroso e difícil para os filhos ver os pais se separando. Imaginem a confusão na cabeça de alguns filhos que precisam escolher com quem vai ficar.
Situações assim se tornam um cenário propício para o desencadeamento algum problema, e logo começam a aparecer os sintomas, seja na escola, com os amigos, nas relações afetivas.
Mas o que fazer então se não há alternativa a não ser a separação?
Os pais precisam conversar muito com os filhos, mostrar as dificuldades de continuar vivendo juntos, comunicar o que está acontecendo. Preparar os filhos aos poucos, com muito respeito e carinho, colocando-se no lugar do filho, imaginando o quão difícil pode ser para ele entender e aceitar a separação dos seus dois maiores ídolos. É com calma, carinho, dando todo suporte que for preciso para o filho elaborar internamente essa perda, que se pode amenizar o sofrimento e possíveis problemas oriundos dessa separação.
Mesmo assim, para muitos pais e filhos, essa processo é desgastante, sofrido, e tais famílias podem buscar ajuda um psicólogo, que irá ajudá-las a resolver essa questão de modo mais adequando e menos desastroso.
Gosto de lembrar, que o casal não é obrigado a viver junto e infeliz até que a morte os separe, mas é uma obrigação fazer o que for possível para proporcionar o bem estar dos filhos.