O que é?
Para ser caracterizado como ejaculação rápida (ER) o homem precisa ter dificuldades para controlar o orgasmo e ejaculação com estimulação mínima antes, durante ou logo após a penetração e antes que ele o deseje. Essa dificuldade está presente em todas ou quase todas as suas relações. Casos esporádicos de ER que pode ocorrer por vários motivos (por exemplo, muita excitação, preocupações) e quando a pessoa está sob efeito de alguma substância química, não devem ser utilizados como referências para o diagnóstico de ER.
Observação: a ejaculação e o orgasmo apesar de ocorrerem em seqüência são fisiologicamente independentes.
Qual a porcentagem de homens com essa dificuldade?
Pesquisas realizadas por Rodrigues Jr. e colaboradores em 1995 apontou que essa dificuldade atinge de 22% a 38% dos homens em alguma fase da vida adulta.
Outra pesquisa realizada com 3000 homens entre 18 e 70 anos, em 2004 sob a coordenação de Carmita Abdo, apontou que 57% dos homens brasileiros apresentam ejaculação rápida.
Causa
Orgânico: alguns apresentam dificuldade no controle ejaculatório após cirurgias na próstata, uso de medicamento que atrapalham o funcionamento normal dessa função ou problemas congênitos.
Psicogênico: são aquelas que não se identificam com nenhuma causa orgânica, ou seja, sua origem é psicológica e isso implica em diversos fatores que podem ter gerado essa disfunção.
Fatores psicogênicos que podem desencadear a Ejaculação Rápida:
• Funções psíquicas alteradas por causa do estresse, abuso de drogas e/ou medicamentos, ansiedade e depressão;
• Preocupação com o desempenho sexual (ex.: não posso falhar com essa mulher porque não serei aceito. Tenho que começar as carícias já com o pênis ereto. Tenho que ser um super-homem na cama e nunca falhar);
• Pensamentos equivocados que são gerados por conceitos errôneos sobre a sexualidade (ex.: expectativas irreais, mitos, tabus, preciso ter um pênis grande para dar prazer à mulher);
• Sentimentos e pensamentos que prejudicam a libido (ex.: culpa, vergonha, medo, timidez);
• Insatisfação ou distorção da própria imagem corporal (ex.: envelhecimento, obesidade, tamanho do pênis);
• Conflitos de identidade sexual (masculina ou feminina), de preferência sexual (parafilias) e de orientação sexual (homo, hetero, bissexualidade);
• Acontecimentos ao longo da vida (ex.: separação, viuvez, dificuldades na relação, dificuldades financeiras, abuso sexual, traumas);
• Dificuldades no relacionamento (ex.: falta ou diminuição do desejo sexual, problemas sexuais da outra pessoa, falta de admiração pela parceria, problemas na comunicação do casal, falta de atração física/sexual pela outra pessoa, infidelidade).
Tratamento:
Quando estamos diante de uma ER de fundo psicológico, o tratamento teve feito por um profissional psicólogo especializado terapia sexual.
Após a avaliação o especialista terá condições de fazer um diagnóstico e levantar as possíveis causas que estão desencadeando o problema.
Durante o processo terapêutico a pessoa enxergará muitos comportamentos inadequados, que além de causarem o problema da ejaculação rápida, também atrapalham em outros aspectos da sua vida.
Existem técnicas específicas para a ER que o especialista no momento adequando utilizará para ajudar na solução desse problema.
Eu fico preocupado com a freqüência com que recebo pacientes que comentam sobre tentativas de tratamentos anteriores na qual foram utilizados recursos como cirurgias ou medicamento quando o problema era de fundo psicológico ou mesmo o uso de técnicas sem o respaldo científico. Isso é muito sério.
Para as pessoas que apresentam esse problema com a ejaculação e a origem é orgânica, o tratamento é via medicamento ou cirúrgico dependendo da análise médica.
Bibliografia
ABDO, Carmita. Estudo da vida sexual do Brasileiro. 2004.
RODRIGUES JUNIOR, O. M. Psicologia e Sexualidade. São Paulo: Medsi, 1995.